Embora o conceito de gozo seja onipresente na psicanálise hoje, com inquestionável aceitação e enorme popularidade, o que ele realmente nos diz? Muitas vezes usado para designar uma fusão de sexualidade, sofrimento e satisfação, o termo caiu em um uso preguiçoso e puramente descritivo que mais encerra questões do que abre.
Ao retomá-lo na obra de Freud e em suas elaborações em Lacan, Darian Leader estimula o debate em torno do autoerotismo, das relações do prazer com a dor, dos vínculos da satisfação com a excitação, dos efeitos da repressão e do lugar do corpo na teoria psicanalítica.
Recorrendo a exemplos que vão da clínica analítica ao Facebook e às séries de televisão, passando pelo Brexit e pela literatura, o autor realiza uma travessia teórica que permite compreender o termo em sua complexa polivalência, encorajando o diálogo com outras tradições analíticas.